dia do orgulho lgbti+

VÍDEO: projeto propõe diálogos sobre questões LGBTs em Santa Maria

Victoria Debortoli

Foto: Renan Mattos (Diário)

Nesta sexta-feira é celebrado o Dia do Orgulho LGBTI+, uma data para celebrar a diversidade e lutar contra os preconceitos. Em Santa Maria, há três anos o Grupo de Vivências LGBTI+ usa da empatia e da resistência para propor diálogos e acolhimento semanalmente. O projeto de extensão do Departamento de Ciências Sociais da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) é aberto para toda a comunidade e coordenado pela professora Cláudia Kessler e pela psicóloga Fernanda de Oliveira Alves. 

- Eu trouxe essa ideia de uma experiência que tive no doutorado nos Estados Unidos. Lá tinha um grupo assim, onde muitos não tinham com quem desabafar e trocar experiências, e ia muita gente. Quando voltei eu queria muito criar um espaço assim aqui, porque muitas pessoas, por não terem uma rede de apoio, não ter amparo, acabam indo para caminhos às vezes sem volta - explica Cláudia. 

Os encontros, que ocorrem sempre às quartas-feiras no Setor de Atenção Integral ao Estudante (SATIE-PRAE), duram em torno de 1h30min. As pautas são livres: desde explicações sobre questões de gênero e sexualidade, a desabafos e histórias. A única regra que o grupo exige é respeito. 

- Muitas pessoas já passaram por aqui, não só LGBTIs, mas amigos e familiares. Nós tivemos uma vez uma mãe de um menino gay, que quando ele se assumiu para ela os dois acabaram se afastando, só que ela queria entender ele e se reaproximar. Então ela vinha com um caderninho e anotava tudo que a gente explicava, era muito bacana de ver - conta a professora. 


O estudante José Luis Ribeiro, 18 anos, é um dos participantes do grupo. Ele se identifica como uma pessoa não-binária (que não se percebem como pertencentes a um gênero exclusivamente) e pansexual (que sente atração a pessoas independente de seu sexo ou identidade de gênero). 

- Não é sempre que a gente consegue encontrar espaços que te entendam, ainda mais eu estando no lugar de pessoa não-binária. É muito bom conversar com gente que vai te entender e te dar conselhos sobre como tu tem que encarar as coisas, como tu consegue lidar com o preconceito. Querendo ou não, a gente é muito inviabilizado, e o grupo acaba sendo uma forma da gente resistir e perceber que não estamos sozinhos - afirma. 

SERVIÇO

  • O que: Grupo de Vivências LGBTI+
  • Quando: todas as quartas, às 17h30min
  • Onde: Setor de Atenção Integral ao Estudante (SATIE-PRAE), que fica acima do Restaurante Universitário na UFSM
  • Quanto: gratuito
  • Informações: www.facebook.com/vivenciasLGBT

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